sábado, 9 de setembro de 2017

Firme até o Fim

18:13 0 Comments

NOSSA PEREGRINAÇÃO: FIRMES ATÉ O FIM INTRODUÇÃO

O tema e o propósito da carta aos Hebreus são muito importantes para que entendamos essa nova seção de ensinamentos.

O autor até aqui vem falando acerca da superioridade do Senhor Jesus Cristo a um grupo de cristãos do primeiro século que estava sofrendo a tentação de retornar ao judaísmo (lição l). É esse o motivo da ênfase dada na carta à superioridade do Filho de Deus em relação à instituição judaica. Em Hebreus 3.7-4.13, encontramos uma exortação aos crentes para não retrocederem em sua peregrinação, mas continuarem firmes até o fim, considerando três aspectos temporais relacionados à palavra de Deus. Pr. E m e rso n da S ilva P ereira Texto básico Hebreus 3.7-4.13 I -



A PALAVRA DE DEUS NO PASSADO: UNI AVISO SÉRIO

(Hb 3.7-11) O primeiro aspecto temporal da palavra de Deus, que encoraja os crentes a peregrinarem firmes até o fim, é o “passado”. O autor faz um forte paralelo entre o povo de Israel do passado e os crentes. Assim como o povo de Israel foi liberto da escravidão egípcia e caminhava para uma nova terra, os crentes foram libertos da escravidão do pecado e caminham para uma nova pátria (Fp 3.20). Mas também esse paralelo destaca pontos negativos, pois a geração de adultos que deixou o Egito falhou durante a sua caminhada e, devido à sua incredulidade e desobediência, perdeu o privilégio de entrar em Canaã. Por essa razão, os crentes que leram esta carta deveriam considerar o que Deus dissera no passado como um sério aviso.

Texto devocional Salmo 95.1-11 Versículo-chave "Esforcemo-nos, pois, por entrar naquele descanso, a fim de que ninguém caia, segundo o mesmo exemplo de desobediência. Porque a palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e propósitos do coração" (Hb 4.11-12). Alvo da lição Você entenderá que a nossa peregrinação deve ser ao lado de Cristo; firme, constante, até que cheguemos ao perfeito descanso. Leia a Bíblia diariamente SEG 1Co 10.1-13 TER Hb 3.7-19 QUA Hb4.1-13 QUI Nm 14.26-38 SEX Jr 31.31-34 SÁB 2Tm 3.14-17 DOM Mt 11.18-30 25 O autor menciona o Antigo Testamento (Nm 14.33; Dt 1.3,34-35) e especialmente o Salmo 95.7-11, que apresenta um resumo da história inglória de Israel sob a liderança de Moisés no deserto. O passado de Israel pode ser relembrado por algumas expressões do salmo: "... se ouvirdes a sua voz" (Israel não ouviu a voz de Deus), "... não endureçais o vosso coração” (Israel endureceu o seu coração) e "... não entrarão no meu descanso” (Israel não entrou no descanso de Deus). Ao olharmos ligeiramente para o texto básico de nossa lição, notamos que essas expressões são reafirmadas por outros termos-chave que o autor destaca enfaticamente: “endurecer” (Hb 3.8,15 e 4.7), “incredulidade” (Hb 3.12,19), “desobediência” (Hb 4 .1 l), “entrar” (Hb 3.11,18; 4.1,3,5,10-11), “crer” (Hb 4.3), “descanso” (Hb 4.1,4-5,8,11) e “repouso" (Hb 4.9).


A história de Israel relata escolhas e resultados, inconsequências e consequências. O autor de Hebreus não traz à tona a história apenas para ilustrar um ensinamento moral. Mas, embasando a sua argumentação no AT, confronta seus leitores com a autoridade das Escrituras. Moisés, que representava a autoridade e a voz de Deus entre os hebreus, não foi ouvido. Diferentemente, a Bíblia, a autoridade de Deus para os crentes, deve ser ouvida e obedecida. Já que a palavra de Deus é verdadeira e perfeita para todas as épocas, culturas, lugares e circunstâncias, pelo fato de ser inspirada por Deus (SI 19.1-6; M t 5.17-18; 2Tm 3.16-17; 2Pe 1.21), deve ser vista sempre como autoridade final em todos os aspectos da vida prática do crente, mesmo no século 21. A palavra de Deus, no passado, constituiu um sério aviso contra a insubordinação à Sua voz! Continuemos firmes até o fim , considerando os sérios avisos de Deus no passado!

II - A PALAVRA DE DEUS NO PRESENTE: UM APELO INSISTENTE (Hb 3.12-19) O segundo
aspecto temporal da palavra de Deus que encoraja os crentes a peregrinarem firmes até o fim é o presente. O autor da carta apela aos leitores para que considerem a História, a fim de que o seu presente seja vivido de maneira que agrade a Deus. O padrão para o crente no tempo presente é a vida de obediência. Em Hebreus 3.12-19, as tristes lições no passado dos israelitas são aplicadas à vida dos crentes no presente. Notemos as expressões “tende cuidado, irmãos” e "hoje”. A luz da História dos israelitas, os crentes são advertidos a não cultivarem a incredulidade no coração. Durante a sua peregrinação no deserto, os hebreus demonstraram incredulidade ao praticarem a idolatria (Êx 32.1-6; ICo 10.7). M as a incredulidade nesse período significou muito mais do que a idolatria. Ela correspondeu à complacência para com o pecado que eles demonstraram 26 ao abandonar a confiança em Deus (fé), deixando-se dominar pela murmuração (Nm 16.1-35; ICo 10.10), pela rebeldia (Nm21.5) epehimoralidade (Nm25.1-9; ICo 10.8).


Porisso, o autor adverte contra o “engano do pecado”, o qual resulta de um coração endurecido e gera um afastamento do Deus Vivo (Hb 3.12-13). Alembrança do pecado de Israel tem uma aplicação muito semelhante, porém, no sentido espiritual. Assim como as portas de Canaã foram fechadas no passado, alguns privilégios dos crentes também podem ser perdidos no tempo presente. Como vai a qualidade de sua vida cristã? Como os seus pensamentos, com portam entos, atitudes e decisões refletem os valores celestiais? De que maneira seus relacionamentos em família, na igreja, no trabalho e na sociedade podem confirmar que você está caminhando bem em sua jornada? O apóstolo Paulo utilizou o erro dos israelitas que peregrinaram no deserto para advertir os crentes de Corinto (IC o 10.11-12). Paulo também escreveu aos efésios: “Rogo-vos, pois, eu, o prisioneiro no Senhor, que andeis de modo digno da vocação a que fostes chamados" (Ef 4.1). Continuemos firmes até o fim, considerando os apelos insistentes de Deus no presente!

III - A PALAVRA DE DEUS NO FUTURO: UMA PROMESSA FIDEDIGNA (Hb 4.1-13)

O terceiro e último aspecto temporal da palavra de Deus, que encoraja os crentes a peregrinarem firmes até o fim é o futuro. A lembrança da História de Israel não apenas implica aspectos em relação ao presente, mas também em relação ao futuro. Assim como havia expectativa para os hebreus que foram libertos por Moisés do reino do faraó, há expectativa para os salvos que foram libertos em Cristo do reino das trevas e do pecado. Em ambos os casos, essa expectativa está relacionada a uma "promessa de descanso”.

Os leitores da carta são lembrados que o futuro da geração de adultos que deixou o Egito foi frustrado (Nm 14.29-32), a fim de cuidarem para que o seu futuro também não seja frustrado. A comparação entre a peregrinação no deserto e a peregrinação cristã não deve ser encerrada com Moisés. Canaã não pode ser vista como um símbolo do céu ou de eternidade, pois, na Terra Prometida, Israel teve de enfrentar ímpios inimigos e lidar contra todo tipo de pecado e abominação. Dessa forma, a conquista de Canaã com Josué também serve de ilustração para a jornada cristã, pois a entrada na terra não correspondeu a um descanso (Hb 4.8).



Ainda na época de Isaías e de Ezequiel, Deus prometeu cumprir a promessa de descanso e repouso para Seu povo (Is 14.3; 32.18-19; Ez 34.11-15). A promessa de descanso para Israel estava além da posse de uma terra física nos dias de Moisés ou de Josué (Dt 3.18-20), incluía o estabelecimento de um relacionamento real e profundo entre Deus e Seu povo (Êx 19.6; Jr 31.31-34). 27 Seguindo o paralelo feito pelo autor da carta, a ideia de descanso para o crente também vai além do futuro, (após a morte ou pela vinda de Cristo), uma vez que ao longo da carta o Senhor Jesus Cristo é apresentado como superior à religião, à tradição, ao ritual e aos mediadores. Certamente, quando cessarem as nossas obras neste mundo, descansaremos (v.3-5), mas existe algo mais para a vida aqui, em termos de privilégios, pois lemos: “Nós,porém, que cremos, entramos no descanso" (Hb 4.3) e “esforcemo-nos, pois, por entrar naquele descanso, a fim de que ninguém caia, segundo o mesmo exemplo de desobediência” (Hb 4.1l). Segundo o texto, a finalidade do entrar no descanso é não cair em desobediência. O descanso de Deus não corresponde somente ao reino de Deus futuro, mas também ao presente! Trata-se da vida eterna que começa aqui nesta vida terrena ( Jo 17.3) e se estende por toda a eternidade.

O descanso de Deus está inserido na experiência da vida cristã. Nele, encontramos, dia a dia, até à volta de Cristo ou pelo nosso encontro com Ele através de nossa morte, os recursos divinos para desfrutarmos um relacionamento real e profundo com Deus, especialmente mediante a Sua Palavra. O nosso futuro não está relacionado apenas ao sentido escatológico, pois o dia de amanhã faz parte de cada etapa do futuro terreno.

Deus promete um recurso fidedigno para mantermos uma vida de obediência hoje, amanhã, na próxima semana, mês ou ano: a Sua Palavra "é viva, e eficaz, e mais cortante do qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e propósitos do coração” (Hb 4.12). A felicidade do crente já começa aqui nesta vida, apesar das dificuldades; a vida bem-aventurada é uma realidade incondicional para o crente em Cristo (Mt 5.3-11). Ser discípulo de Cristo implica desfrutar de alívio, leveza e descanso (Mt 11.28-30). Viver no Espírito resulta numa vida controlada por Deus (Ef5.18) e em frutos produzidos por Ele mesmo (Gl 5.22-23). O crente não é mais escravo do pecado (Rm 6.14), porém, quando “escorrega”, encontra em Cristo perdão e purificação (ljo 1.5-2.2). Deus não permite que Seus filhos sejam tentados além do que possam resistir (1 Co 10.13). Certamente, todas essas bênçãos decorrem da vida em Cristo. Você tem desfrutado desses privilégios da salvação ou tem andado cansado, numa vida exausta de religiosidade?

CONCLUSÃO

 Assim como os crentes do primeiro sé­ culo foram pressionados a voltar a uma vida baseada no judaísmo, os crentes de hoje também são pressionados a viver uma “vida cristã” baseada e motivada por um ativismo religioso mecânico.

Jesus o Grande Salvador

18:02 0 Comments


JESUS, O GRANDE SALVADOR
 INTRODUÇÃO

Nossos pés estão firmados sobre a terra, percorrendo a moradia passageira presenteada pelo Senhor, mas o coração bate forte ao contemplarmos, com expectativa, o lugar eterno, que há de ser nossa herança permanente. Olhamos para o Céu cheios de júbilo e de malas prontas, pois nossa “passagem” para lá já foi comprada, mediante o precioso sangue Daquele que nos amou e tem guiado nossa vida. Todas as providências foram tomadas por Ele, cabendo a nós apenas um sereno ato de confiança e de perseverança no caminhar cristão.



Texto básico Hebreus 3.1-6 Texto devocional Isaías 53.1-12 Versículo-chave "mas Cristo é fiel como Filho sobre a casa de Deus;e esta casa somos nós, se é que nos apegamos firmemente à confiança e à esperança da qual nos gloriamos" flHb 3.6 - NVI). Em outras palavras, poderíamos dizer que este é o tema tratado nos capítulos 3 e 4 desta epístola aos Hebreus, na qual o autor demonstra um firme anseio em despertar nos seus leitores uma inquestionável confiança em Jesus Cristo, o único que pode conduzi-los em segurança até a concretização desse sonho.

I - PERDIDOS PELO CAMINHO

 Alvo da lição Você compreenderá a importância de guardar firme a sua fé e permanecer no caminho
que Jesus representa. Leia a Bíblia diariamente SEG Jo 3.22-26 TER Jo 3.27-29 QUA Jo 3.30-33 QUI Jo 3.34-36 SEX Jo 5.24-25 SÃB Jo 5.26-27 DOM Ap 3.10-13 Parece-nos, pelo contexto da epístola, que a saú­ de espiritual de seus primeiros destinatários não ia nada bem. Talvez estivessem infectados pelo “vírus da apatia intelectual”, já que se tornaram "tardios em ouvir" (Hb 5.11-12), ou por algum tipo de distúrbio emocional que atrapalhava o seu senso de direção, pois, como disse Tiago, tornaram-se “homem de ânimo dobre, inconstante em todos os seus caminhos" (Tg 1.8). Mas o que, de fato, incomodava o pensamento do autor de Hebreus era ver que o coração daqueles irmãos vinha 20 batendo em descompasso com o que o momento exigia (Hb 10.35).


Com os lábios afirmavam estar caminhando rumo à Canaã Celestial, mas pelos atos demonstravam que sua esperança estava perdida no passado, como se ainda pudessem encontrar ali algum tipo de recompensa. Percebemos claramente a angústia de quem escreveu a carta, ao entender que a fé de seus destinatários padecia de uma profunda atrofia espiritual. Embora fosse conhecido de todos o bom testemunho que professaram publicamènte a respeito de Cristo, viviam ainda como servos da antiga religião (o judaísmo). Tanto tempo já havia se passado desde o novo nascimento, mas mesmo assim nunca deixaram de ser crianças na fé, sem discernimento e sem mudança substancial que indicasse algum tipo de crescimento - e quem não cresce, vai se atrofiando! O problema era tão grave que muitos deixaram de confiar nas promessas de Deus (Hb 10.35).

Outros já não eram mais assíduos aos cultos, desprezando a comunhão e a edificação (Hb 10.25). Alguns, apesar das muitas bênçãos que experimentaram na igreja, estavam agora se tornando desertores da fé em Cristo Jesus (Hb 6.4-6). E outros estavam se deixando levar pelas novidades doutrinárias que surgiam a cada dia (Hb 13.9). Estas palavras que hoje estudamos (Hb 3.1-6) foram escritas no intuito de estimular aqueles cristãos (e a nós) a permanecerem fiéis ao cristianismo em detrimento da velha religião ou filosofias vãs que antes seguiam - “se guardarmos firme, até ao fim, a ousadia e a exultação da esperança... a confiança que, desde o princípio, tivemos... conservemos firm es a nossa confissão" (Hb 3.6,14; 4.14).

Para conquistar a atenção de seus leitores, o autor estabeleceu uma comparação entre a superioridade de Jesu s e o caminho apontado por Ele, frente a todas as falsas esperanças que disputavam por um lugar em cada coração. Aplicação E sua vida, está realm ente alicerçada na esperança da vida eterna? Seu compromisso de desenvolver uma relação diária com Deus e cam inhar nos passos de Jesus tem se cumprido? Se a resposta fo r SIM, tenha certeza, então, de que a promessa do Senhor se cum prirá em sua vida. Havia, entre os cristãos hebreus, um forte apego a personagens bíblicos do passado, inclusive a anjos.



Por isso, o autor fez questão de ressaltar a superioridade dejesus, lembrando-lhes que Ele é o Filho de Deus (Hb 1.2; 4.14), o Sumo Sacerdote, segundo a ordem de Melquisedeque (portanto, superior a Arão - 6.20), Autor da salvação (Hb 2.10) e Autor e Consumador da Fé (Hb 12.2). Aexposição de tamanha grandeza comprova que a graça por Ele oferecida (a nova aliança, o evangelho e a igreja) é suficientemente eficaz para garantir-lhes o recebimento da promessa (Hb 7.22; 9.15). 21 Aplicação Não há como fugir do confronto de que a nossa vocação e herança são regidas pela espiritualidade e não pelo ritualismo ou benefícios terreais. Ela está prometida aos que crerem, mas só será alcançada por aqueles que estabelecerem, como prioridade: (1) a comunhão com Deus; (2) a obediência ao Apóstolo e Sumo Sacerdote da nossa fé - Jesus Cristo; (3) a perseverança cristã; (4) a boa consciência (1Tm 1.19).

II - REENCONTRANDO O CAMINHO

Entre os inquietantes sinais dessa atrofia espiritual na comunidade cristã dos hebreus, o que mais
incomodava era a inversão de valores daqueles que, desnorteados pelo caminho, ressaltavam os feitos de Moisés em detrimento à obra vicária realizada por Jesus. Segundo a tradição judaica, alguns chegavam ao extremo de dizer que “a alma de Moisés valia mais do que a alma de todos os judeus reunidos”. Assim, o objetivo desse texto não era desdenhar do ministério mosaico, mas confrontar a falsidade religiosa dos que se diziam seguidores de Moisés, mesmo sendo cristãos. Por isso, o escritor se empenhou em demonstrar a supremacia de Jesus em relação a Moisés. 1. Essa preeminência ficou claramente estabelecida quando o escritor demonstrou que Jesus estava com Deus (desde o princípio) edificando a nação redimida, que o texto chama de “casa de D eus”, enquanto M oisés apareceu, no cenário da História, por apenas um momento, convidado a ser um colaborador nesse projeto (Hb 3.5-6). 2. O ministério de Moisés não foi menosprezado, mas o seu mérito ficou circunscrito aos limites designados por Deus. 3. Tudo o que Moisés fez contabilizou apenas uma parte da grandiosa obra que Jesus Cristo estabeleceu e consumou.


4. O Senhor Jesus nos é apresentado como Filho e herdeiro, o legítimo dono da “casa” - “a qual somos nós” (Hb 3.6; cf. lTm 3.15), enquanto Moisés é visto como um mordomo dessa “casa” pertencente a Deus. 5. Moisés anunciou a revelação que haveria de chegar, mas Jesus Cristo é a própria revelação. Se usássemos uma linguagem típica de Pedro, poderíamos dizer que Cristo é a “Pedra Angular” da “casa de Deus”, enquanto Moisés é apenas uma das muitas “pedras” usadas na construção. A carta nos exorta a confiarmos plenamente no ministério de Jesus, seguindo com perseverança e bom testemunho o caminho por Ele apontado, na firme convicção de que "não há salvação em 22 nenhum outro; porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos" (At 4.12). Os personagens bíblicos nos servem de inspiração, exortação e advertência, mas somente Jesus é capaz de nos salvar da ira vindoura (lT s 1.10). Mesmo sendo um "povo escolhido por Deus" devemos perseverar no bom testemunho cristão, com fé eobediência,se quisermos,de fato,recebera herança prometida (Hb 3.12-14).

III-SEGUINDO

O BOM CAMINHO

Algo interessante é notar que os termos Sumo Sacerdote e Apóstolo, referindo- -se a Jesus, somente são encontrados nesta epístola. É compreensível o seu uso quando nos lembramos que apóstolo é alguém enviado como embaixador, portador de uma mensagem e credenciado com grande autoridade para agir em nome de quem o enviou. Além disso, podemos pensar em Jesus como sumo sacerdote na missão de representar a Deus diante de todos os homens e aos homens diante de Deus. Moisés, por sua vez, não foi designado para tamanha responsabilidade, nem recebeu do povo igual crédito, pois vemos no relato bíblico que, do come­ ço ao fim de seu ministério, havia por parte do povo muito descrédito quanto à sua autoridade divina (Êx 17.1-7 e Nm 20.1-13).

Deus Pai enviou Seu Filho como sumo sacerdote e apóstolo em uma missão bem definida, um novo êxodo, através do qual conduziria os fiéis pelos caminhos da santidade até que chegassem às mansões celestiais. Ele foi absolutamente fiel na consumação de Sua incumbência (leia Hb 3.3-6; 10.7; Jo 5.30; 6.38). Moisés também havia sido fiel no desempenho da sua missão (Hb 3.1-2); contudo, Jesus era digno de uma honra muito maior, pelas razões que já citamos. Veja, então, o argumento usado pelo autor para despertar a obediência de seus leitores: "se Moisés foi fiel à missão que Deus lhe confiou, por que não pôde introduzir Israel em Canaã?”. A resposta é simples: aqueles libertos perderam a promessa, não por incompetência de Moisés, mas pela própria incredulidade (Hb 3.19) e rebeldia (Hb 3.18; Nm 13.25-14.19). Com alegria e triunfo, foram resgatados da servidão, mas em lugar de desfrutar das bênçãos prometidas, padeceram no deserto, por não confiarem no ministério de Moisés, na autoridade que Deus lhe concedera e no compromisso estabelecido pelo Senhor: “E contra quem jurou que não entrariam no seu descanso, senão contra os que foram desobedientes? Vemos, pois, que não puderam entrar por causa da incredulidade” (Hb 3.18-19).

br />
O autor está usando esse fato como forma de advertência aos leitores (inclusive a nós) para o perigo de não seguir, com fidelidade e perseverança, Aquele que nos resgatou da escravidão 23 do pecado e que está nos conduzindo à Pátria Celestial (Hb 3.12). Não é suficiente crermos em Cristo apenas no m om ento inicial da vida cristã... devemos confiar Neie até o final da jornada que nos está proposta (Hb 3.15). Para compreender plenamente o impacto dessa advertência, considere o paralelismo estabelecido entre os filhos de Israel e os leitores da epístola, e aplique isto em sua vida. 1. Israel tinha sido escravizado pelo Egito. Seus leitores tinham sido escravos do judaísmo, e nós fomos escravos do pecado. 2. Israel tinha deixado o Egito, cheio das mais altas esperanças. Seus leitores tinham deixado o judaísmo e abraçado o cristianismo com zelo e entusiasmo sinceros, e nós deixamos a velha vida e a velha religião com a mesma alegria e disposição no coração. 3. Israel vacilou em sua fé, em virtude das dificuldades que surgiram durante a jornada. Seus leitores estavam vacilando na fé por causa das perseguições e do apego às tradições, e nós corremos o risco de vacilar na fé pela falta de conhecimento bíblico, pela carência de um testemunho autêntico e pela sedução dos modismos evangélicos. 4. Israel tinha procurado voltar ao Egito (Nm 14.4). Seus leitores estavam pensando em voltar ao judaísmo, e nós vemos muitos cristãos voltando ao misticismo. 5. Israel pereceu no deserto por causa de sua incredulidade. Seus leitores estariam fadados ao fracasso se insistissem na incredulidade, e nós corremos o sério risco de perder a bênção pela falta de um comprometimento verdadeiro.

CONCLUSÃO

Poderíamos resumir o argumento do autor, dizendo: “Estamos convencidos de que o ‘Apóstolo e Sumo Sacerdote da nossa confissão' é fiel e plenamente capaz de conduzir-nos em segurança à presen­ ça do Pai, desde que guardemos firme a nossa fé, sem dividir o coração com outras promessas e falsas esperanças. Devemos confiar em Suas palavras e seguir, com perseverança, pelo caminho em que Ele nos conduzir. Mas se deixarmos de respeitar Sua autoridade e orientação (apesar de Ele permanecer absolutamente fiel), acabaremos perdidos pelo caminho, do mesmo modo como Israel perdeu, no deserto, a oportunidade de herdar a Terra Prometida”.

A Superioridade do Evangelho

17:52 0 Comments


A SUPERIORIDADE DO EVANGELHO
 INTRODUÇÃO


Existe uma perfeita ligação entre o capítulo primeiro e o segundo da epístola aos Hebreus. No capítulo primeiro, o autor destaca os três ofícios de Cristo: profeta: “nestes últimos dias, nos falou pelo Filho”; sacerdote: “depois de ter feito a purificação”; rei: “assentou-se à direita da Majestade, nas alturas”.

O autor continua essa ênfase no segundo capítulo, ao descrever Cristo como “profeta” que proclama “tão grande salvação” (Hb 2.3); rei “coroado de glória e de honra” (Hb 2.9) e "misericordioso efiel sumo sacerdote nas coisas referentes a Deus e para fazer propiciação pelos pecados do povo” (Hb 2.17). Duas expressões aparecem nesse capítulo e determinam a unidade do argumento do escritor sobre a natureza e a obra de Cristo.


1. Por esta razão (Hb 2.1) Nesta expressão, o autor nos lembra que recebemos uma descrição da superioridade e da grandeza de Cristo, portanto, devemos escutar o que Ele diz. Quanto mais alta é a posição de uma pessoa, maior autoridade ela exerce, e exige maior atenção. 2. A palavra faiada por meio de anjos (Hb 2.2) O papel desempenhado pelos anjos, ao estabelecerem a dignidade da mensagem, é confirmado por Paulo em Gálatas: “até que viesse o descendente a quem se fez a promessa, e foi promulgada por meio de anjos, pela mão de um mediador” (G1 3.19).

Pois bem, estabelecido o pressuposto de que Cristo é o próprio Evangelho, conforme Pr. João Arantes Costa Texto básico Hebreus 2.1-18 Texto devocional Salmo 8.1-9 Versículo-chave "como escaparemos nós,
se negligenciarmos tão grande salvação? A qual, tendo sido anunciada inicialmente pelo Senhor, foi-nos depois confirmada pelos que a ouviram"(Hb 23). Alvo da lição Você entenderá a importância da superioridade do Evangelho,independentemente dos "dogmas" religiosos. Leia a Bíblia diariamente $EG Rm 1.8-17 TER Gl 1.6-9 QUA Lc 4.16-19 QUI At 10.1-8 SEX At 10.9-22 SÁB At 16.19-26 DOM At 16.27-34 vr proclamação messiânica de Deus em Gênesis 3.15, (conhecida como o “proto evangelho”), e lembrando a exortação de Paulo aos gálatas: "Mas, ainda que nós ou mesmo um anjo vindo do céu vos pregue evangelho que vá além do que vos temos pregado, seja anátema” (G1 1.8), vamos percorrer o capítulo dois de Hebreus, pontuando os seguintes tópicos.


I - EXORTAÇÃO CONTRA O PERIGO DO DESVIO

(Hb 2.1-4) Estes versículos introduzem uma série de exortações muito bem formuladas pelo autor de Hebreus. Ele diz: “Por esta razão, importa que nos apeguemos, com mais firmeza, às verdades ouvidas, para que delas jamais nos desviemos!’ Existem cinco expressões que merecem destaque nestes quatro primeiros versículos do capítulo dois de Hebreus. 1. “Importa que nos apeguemos”, significa: segurar ou guardar com cuidado. 2. “às verdades ouvidas”, significa: prestar profunda atenção aos sons que entram no ouvido, propiciando a evocação de resultados positivos. 3. “para que delas jamais nos desviemos”, significa: por motivo algum abandonar, ou deixar de lado, ou tomar
outro caminho. 4. “tão grande salvação”, significa: a própria pessoa de Cristo. O valor da salvação não deve nunca ser subestimado, pois seu preço foi o sofrimento e a morte de Cristo. 5. “por sinais, prodígios e vários milagres”, significa: os feitos de Cristo que autenticam a Sua superioridade. O autor de Hebreus não é um teó­ logo alheio às coisas do mundo. Ele adverte os seus leitores e ouvintes a prestarem muita atenção à palavra de Deus, para que não corram o risco de se desviarem.



II-CRISTO É SUPERIOR AOS ANJOS, A DESPEITO DE SUA HUMANIDADE

(Hb 2.5-9) Não há dúvida de que o grande obstá­ culo diante da argumentação do autor a respeito da superioridade do Filho é a Sua autêntica humanidade, que O fez passar por sofrimento e morte. Tudo parece comprovar a inferioridade de Cristo em comparação aos anjos. O autor de Hebreus usa o Salmo 8 como apoio do seu grande argumento, dizendo: “Que é o homem, que dele te lembres? Ou o filho do homem, que o visites? Fizeste-o, por um pouco, menor que os anjos, de glória e de honra o coroaste”. Todas as coisas sujeitaste debaixo dos seus pés. Ora, desde que lhe sujeitou todas as coisas, nada deixou fora do seu domínio.


Agora, porém, ainda não vemos todas as coisas a ele sujeitas” (Hb 2.6-8). Jesus cumpriu plenamente em Sua vida a mensagem do Salmo 8, usado como argumento pelo autor de Hebreus. Paulo diz: “A 18 si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz.” Em uma boa hermenêutica, não podemos deixar de fora, o texto de Filipenses 2.5-11, que trata da humilhação e exaltação de Cristo: 1. “a si mesmo de esvaziou”; 2. “assumindo a forma de servo”; 3. “tornando-se em semelhança de homens”; 4. “reconhecido em figura humana”; 5. “a si mesmo se humilhou”; 6. “sendo obediente até à morte”; 7. “morte de cruz”; 8. “Deus o exaltou sobremaneira”; 9. “e lhe deu o nome que está acima de todo nome”; 10. “para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra”.

III-O S BENEFÍCIOS DA NATUREZA HUMANA DE CRISTO

(Hb 2.10-18) O autor de Hebreus desenvolve o argumento de que a natureza humana de Cristo possibilita o cumprimento do plano salvífico de Deus e, por isso, não pode existir nenhuma inferioridade em Jesus em relação aos anjos, pelo que o autor focaliza a realidade integral e os benefícios da natureza humana do Filho.

Os benefícios que Jesus trouxe para toda a humanidade
estão discutidos na vitória sobre três inimigos, referidos no texto. 1. O diabo: “destruísse aquele que tem o poder da morte... o diabo” (Hb 2.14). 2. A morte: “e livrasse todos que, pelo pavor da morte, estavam sujeitos à escravidão por toda a vida” (Hb 2.15). 3. O pecado: “para fazer propiciação pelos pecados do povo” (Hb 2.17). A vitória de Cristo sobre o diabo, a morte e o pecado começou com Sua encarna­ ção, foi revelada no fato de que Ele era sem pecado e foi alcançada pelo ato da redenção, na cruz.

CONCLUSÃO

Deus é o sujeito principal em Hebreus 2. 1. Ele testifica: “Dando Deus testemunho” (Hb 2.4). 2. Ele não deixa nada fora do domí­ nio do homem: “Todas as coisas sujeitaste debaixo dos seus pés. [...] nada deixou fora do seu domínio” (Hb 2.8). 3. Ele aperfeiçoa o Autor da salvação: “Aperfeiçoasse, por meio de sofrimentos, o Autor da salvação deles” (Hb 2.10). O Autor da salvação é Jesus, coroado de honra e de glória por causa do Seu sofrimento e morte em favor do Seu povo. O mundo descrente rejeita o sofrimento e a morte que Jesus teve que enfrentar. Mas às vistas de Deus, o curso de ação de Jesus foi mais apropriado: “Sem derramamento de sangue, não há remissão de 19 H JESUS

Cristo e superior aos anjos

17:40 0 Comments

CRISTO É SUPERIOR AOS ANJOS
 IN TR O D U Ç Ã O


 Não há como abordar o assunto desta lição sem passar uma vista de olhos nos quatro primeiros versos da carta aos Hebreus. O autor não se preocupa com as costumeiras saudações iniciais e entra logo no seu propósito de exaltar a pessoa de Jesus Cristo, que é o tema central da epístola. 1. Jesus é a palavra de Deus - “nos falou pelo Filho” (Hb 1.2).

2. Jesus é o sentimento de Deus - “Ele, que é o resplendor da glória e a expressão exata do seu Ser” (Hb 1.3). 3. Jesus é a ação de Deus - “Tendo-se tornado tão superior aos anjos” (Hb 1.4). 4. Jesus é a autoridade de Deus - “se assentou à destra do trono da Majestade nos céus” (Hb 8.1). O autor da carta compara o Filho com os anjos, aqueles seres criados que constantemente circundam o trono de Deus. Dentre toda a criação, eles são os que estão mais perto de Deus; servem como mensageiros e são indicados para se ocuparem com o trabalho de prover o homem com a revelação de Deus (At 7.38; G1 3.19;Hb 2.2).

I - EM QUE CRISTO É SUPERIOR AOS ANJOS?

 A superioridade de Cristo é inegável. Tal realidade está claramente descrita na palavra de Deus. Vejamos. Texto básico Hebreus 1.4-14 Texto devocional Salmo 2.1-12 Versículo-chave "tendo-se tornado tão superior aos anjos quanto herdou mais excelente nome do que eles" (Hb 1.4). Alvo da lição Você entenderá, à luz da Bíblia, a superioridade inquestionável de Jesus sobre os anjos. Leia a Bíblia diariamente SEG SI 91.1-16 TER S1110.1-7 QUA SI 97.1-12 QUI S1104.1-35 SEX SI 45.1-17 SÁB Dn 10.1-9 DOM Dn 10.10-21 n 1. Superior em Seu nome O nome anjo, do hebraico malák e do grego angelos, é uma palavra que significa mensageiro.

Os anjos são excelentes mensageiros de Deus, tanto no AT como no N T (Gn 16.7-11; 24.7,40; lR s 19.5; Mt 1.20-24; At 7.30-35). Porém Cristo tem um nome superior. Ele é mais do que um simples m
ensageiro. C risto é o Filho de Deus. a. Anjo = mensageiro. b. Cristo = o Ungido, o Messias profetizado no AT. Aplicação "Pelo que também

Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de todo nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é Senhor, para glória de Deus Pai" (Fp 2.9-11). 2. Superior em Sua matureza "Pois a qual dos anjos disse jamais: Tu és meu Filho, eu hoje te gerei?”(Hh 1.5).





O escritor liga esse versículo ao 4, no qual introduz o ensino da superioridade do Filho em relação aos anjos. Ele não pretende ignorar o significado dos primeiros três versículos, mas no quarto, faz a comparação do Filho com os anjos e afirma a Sua superioridade. Com o auxílio das citações do Antigo Testamento, o autor indica que o Filho é superior aos anjos em Sua natureza: a. Cristo é o Filho de Deus Os anjos foram criados, mas Cristo é da mesma natureza do Pai. A expressão "eu hoje te gerei” se refere à posição de Cristo e Sua relação com a eternidade, não se devendo pensar em qualquer ponto dentro do tempo. Esse conceito é necessário para preservar a ideia de eternidade dentro da Trindade, segundo a qual um dos membros é o Filho (jo 1.14). b. Cristo é o Primogênito Primogênito em Hebreus 1.6 (cf. Lc 2.7; Rm 8.29; Cl 1.15; Hb 11.28; 12.23; Ap 1.5) qualifica a palavra Filho como um título dado a Jesus. Não podemos determinar quando esse título foi dado, porque os escritores que usam o termo aplicam-no à criação, ressurreição, dignidade e honra de Cristo.

O Filho, como primogênito, entra no mundo habitado dos homens como “o resplendor da glória e a expressão exata do seu ser’.’ Ele é adorado pelos anjos. Os anjos foram criados por Ele. c. Cristo é Rei Ungido O autor da epístola aos Hebreus usa o Salmo 45.6-7 para expressar a realidade de Jesus. Somente o Filho de Deus cumpriu as palavras do salmista: “O teu trono, ó Deus, épara todo o sempre; cetro de equidade é o cetro do teu reino.

Amas a justiça e odeias a iniquidade; por isso, Deus, o teu Deus, te ungiu com o óleo de alegria, como a nenhum dos teus companheiros”. “Oleo de alegria" descreve a administração 14 constante do Seu governo justo. A palavra "companheiros" não é usada para anjos, mas para os seguidores de Jesus, que participam da "voca­ ção celestial". Aplicação Os anjos não gozam da dignidade de filho, prim ogênito e rei ungido. 3. Superior em Sua obra “No princípio, Senhor, lançaste os fundamentos da terra, e os céus são obra das tuas mãos” (Hb 1.10). A citação do Salmo 102.25-27 foi usada pelo autor da epístola para apresentar a doutrina da eternidade do Filho, por quem tudo foi criado e por quem todas as coisas são sustentadas. O que foi dito anteriormente do Deus de Israel é agora aplicado a Jesus Cristo.

O Filho de Deus é Criador e Sustentador do universo e, como tal, é muito superior aos anjos. Por essa razão, o escritor de Hebreus enfatiza o pronome “Tu” para expressar o contraste entre o “Senhor, que lançou os fundamentos da terra" e os anjos, que servem somente como mensageiros. 4. Superior em Sua posição “tu, porém, és o mesmo, e os teus anos jamais terão fim” (Hb 1.12). Embora os céus e a terra tenham sido criados pelo Filho que é eterno, eles não compartilham de sua eternidade. São e permanecerão temporais.

Os céus e a terra estão sujeitos a mudanças, como profetizou Isaías: “Levantai os olhos para os céus e olhai para a terra embaixo, porque os céus desaparecerão como a fumaça, e a terra envelhecerá como um vestido, e os seus moradores morrerão como mosquitos, mas
a minha salvação durará para sempre, e a minha justiça não será anulada” (Is 51.6). A citação do Salmo 102 ensina o caráter distinto do Filho: Ele é o Criador, poderoso, imutável e eterno. Sua posição é superior à dos anjos porque nunca muda e não mudará. “Jesus Cristo, ontem e hoje, é o mesmo e o será para sempre” (Hb 13.8). Algum anjo ouviu de Deus as seguintes palavras: "Assenta-te à minha direita, até que eu ponha os teus inimigos por estrado dos teus pés”? (Hb 1.13). Não! Nenhum! A posição de Cristo é superior à dos anjos porque Ele está à direita do Pai (Rm 8.34). II -

O SERVIÇO DOS ANJOS

(Hb 1.14) Como esse versículo não trata da superioridade de Cristo sobre os anjos, mas do serviço dos anjos, deixamo-lo para o fim da lição. Há um contraste marcante en tre o Filho entronizado e os anjos ministradores. A função dos anjos - arcanjo, querubim, serafim - é estar a serviço de Deus a “favor dos que hão de herdar a salvação".

Os anjos estão dedicados ao serviço e nunca serão entronizados (isto é, não têm tronos). Veja a seguir algumas atividades dos anjos. 1. Foram dois anjos que destruíram Sodoma e Gomorra (Gn 19.13). 2. Foi um anjo que destruiu os primogênitos do Egito (Êx 12.23). 15 3. Foi um anjo que anunciou o nascimento de Jesus (Lc 1.28). 4. Foi um anjo que confortou a Cristo no Getsêmani (Lc 22.43). 5. Foi um anjo que causou terror aos inimigos de Cristo (Mt 28.4). 6. Foi um anjo que libertou os apóstolos da prisão (At 5.19). Os anjos servem, Cristo é honrado Diz o credo apostólico:"Ele, Jesus,subiu ao céu; está sentado à direita de Deus Pai todo-poderoso."

CONCLUSÃO
Em muitos aspectos, os anjos têm posição mais elevada que o homem, que foi coroado com glória e honra na criação de Deus (SI 8.5). Mesmo que os anjos sejam, num certo sentido, seres mais elevados que o homem, eles não são, de maneira alguma, superiores ao Filho, porque "Ele herdou” um nome que é superior ao dos anjos. Em Hebreus 1.1-3 descreve o Filho como: 1. O Profeta por meio do qual Deus falou; 2. O Criador que fez o universo; 3. O Herdeiro de todas as coisas; 4. O Representante do Ser de Deus; 5. O Sustentador de todas as coisas; 6. O Sacerdote que trouxe purificação dos pecados; 7. O Rei que se sustenta no Seu lugar de honra.

O constituiu herdeiro de todas as coisas

17:31 0 Comments


Deus O constituiu herdeiro de todas as coisas


A palavra herança era usada para denominar a divisão de propriedades que um pai deixava a seus filhos após a morte. Quando havia apenas um filho, havia apenas um herdeiro. Cristo é o herdeiro de todas as coisas porque Ele é o Filho unigénito de Deus. Em Efésios 1.10, o apóstolo Paulo afirma que Deus está trabalhando desde a fundação do mundo para fazer com que todas as coisas do céu e da terra estejam convergindo para Jesus Cristo. Ele é o herdeiro de todas as coisas porque Ele é o criador de todas as coisas. Em outras palavras, o Filho está herdando o que

Ele mesmo criou. 2. Foi através do Filho que Deus fez o universo A palavra “universo” aqui não é kosmos (a palavra mais usada), mas aionas, que não se refere apenas a períodos de tempo, mas também ao conteú­ do do mundo.

Outros escritores da Bíblia também afirmaram que Deus fez o universo por meio do Seu Filho (Pv 8.27-30; Jo 1.3; Cl 1.16; Ap 3.14). 3. O Filho é o resplendor da glória de Deus Resplendor é tradução de uma palavra que aparece somente aqui no NT, e o sentido é “emitir brilho intenso (como o sol irradiando os seus raios de luz)”. O Filho possui um brilho que irradia a 10 glória de Deus.



Guthriecomentou que “era uma firme convicção entres os cristãos primitivos que de alguma maneira a glória de Deus era vista numa vida humana”.
Aqui lembramos do monte da transfiguração (Mt 17.2). 4. 0 Filho é a expressão exata do ser de Deus Assim como a imagem e a inscrição de uma moeda correspondem exatamente ao padrão da matriz, o Filho de Deus é a mesma imagem do que Deus é. “Expressão exata” é tradução de character, de onde vem a nossa palavra caráter (“sinal gravado, traço particular do rosto, natureza particular de alguém”) . No mundo antigo, a palavra era usada para falar da impressão feita por um carimbo ou selo, ou seja, uma reprodução exata. O que o autor está dizendo é simples: Jesus Cristo é exatamente da mesma essência de Deus (Cl 1.15).

Como disse Stanley Jones, “Jesus é a melhor fotografia de Deus”. 5. 0 Filho sustenta todas as coisas pela palavra do Seu poder O conceito de “sustenta” é bastante dinâmico, ou seja, não é apenas “segurar por baixo, suportar”, mas envolve movimentos. Cristo é quem faz com que todas as coisas sigam seu curso determinado por Deus. Ele faz a História se movimentar.


O que o Filho usa para “sustentar todas as coisas” é a “palavra do Seu poder”. A própria carta aos Hebreus declara que “o universo foi formado pela palavra de Deus” (Hb 11.3). Paulo afirma que “Nele tudo subsiste” (Cl 1.17), e R.A. Rnox afirmou: “toda a criação depende, para se suster, de Sua palavra capacitadora”. Na Bíblia, a palavra de Deus é Deus em ação. 6. O FiSho fez a purificação dos pecados Agora, o autor passa dos atos cósmicos do Filho para as Suas relações pessoais com a humanidade. E o que ele destaca é a obra expiatória de Cristo na cruz. E justamente sobre isso que essa carta vai tratar detalhadamente nos capítulos seguintes

Deus falou continua falando

17:01 0 Comments


DEUS FALOU E CONTINUA FALANDO
(Hb 1.1)

O texto grego começa Hebreus assim: “De muitas maneiras e de muitos modos outrora Deus falou...”. E notável que o 8 escritor inicia com um fato: Deus tem falado. O autor não comprova que Deus fala, afirma.

A fé deve estar não somente na existência de Deus, mas na comunicação de Deus. Alguém já disse: “Deus não falará para aquela pessoa que não acredita que Deus fala”. Portanto aqueles que não aceitam que Deus falou ao homem certamente não encontrarão valor nessa carta. E inútil ler a carta se Deus não faz revelação alguma aos homens.



Se Deus houvesse permanecido em silêncio, a situação da humanidade por certo seria desesperadora. Alguns salmos exaltam a voz de Deus (SI 29; 50.1-3). Mas aquilo que prende a atenção do escritor é a variedade de maneiras como Deus falou no passado. 1. Como Deus falou ontem (Hb 1.1) a. “muitas vezes e de muitas maneiras". Pelas leis, instituições, cerimônias, reis, juízes, sacerdotes, visões, revelações angelicais, sonhos, jumenta, etc., (Hb 1 .1 .0 Senhor Jesus disse a Jerusalém: “Quantas vezes quis eu reunir os teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintinhos debaixo das asas, e vós não o quisestes!” (Mt 23.37). b. “aospais”. Isto é, aos antepassados. C. “pelos profetas”.

As revelações mais iluminadoras vinham por meio dos profetas. A repetida expressão “assim diz o
Senhor” dava aos profetas uma autoridade sem igual. Eram maltratados (Hb 11.37), mas, mesmo assim, persistiam na sua mensagem. Mas eles não viram o cumprimento da promessa que entregaram (Hb 11.39-40). 2 . Como Deus fala hoje (Hb 1.2) “Nestes últimos dias, nos falou pelo Filho”. Aquilo que foi falado outrora preparou o caminho para a comunicação mais importante de todas. Essas duas etapas de revelação divina correspondem ao Antigo e ao Novo Testamento. A revelação divina é progressiva, mas a progressão não vai do menos ao mais verdadeiro, nem do menos ao mais valioso. A progressão vai da promessa até Cristo, mas não há progressão depois Dele (jo 14.6; G1 1.8; Ef 1.10; lTm 2.5).

O tempo do verbo grego (aoristo), usado para o falar de Deus por meio dos profetas e também do Filho, indica que Deus terminou de falar em ambos os casos. a. “últimos dias”. É uma tradução literal da frase hebraica que se utiliza no Antigo Testamento “no último final dos dias”, que, de acordo com o contexto, pode significar “daqui em diante” (Gn 49.1; Dt 4.30; Jr 23.20; Mq 4.l).O u so d a frase implica uma escatologia inaugurada, que come­ çou com a encarnação e terminará com a segunda vinda de Cristo. A expressão ocorre no N T em A t2.17; lTm 4.1;2Tm 3.1;2Pe3.3. Avinda do Messias dá início ao período escatológico. O Filho é fiador 9 (no grego “garantia, certeza, alguém que garante o cumprimento do contrato”) de superior aliança (Hb 7.22).



O tema principal da carta inteira é: o passado cedeu lugar a coisas melhores. E por essa razão que o passado (as leis e princípios religiosos do AT) sempre volta a aparecer na epístola, para mostrar como o Filho é superior a esse passado. E fácil perceber por que o escritor começa dessa maneira. Vê valor no passado (porque Deus falou “aos pais, pelos profetas”), mas também vê suas imperfeições. Por isso é que se diz que, quanto à antiga aliança ou Antigo Testamento, Jesus Cristo fez três coisas: cumpriu, substituiu e ultrapassou. b. “nos falou pelo Filho”. A essência da revelação cristã é que Deus é melhor visto no Seu Filho. Para deixar mais claro o que quer dizer, o autor expõe sete fatos acerca do Filho, e ele quer que toda a sua epístola seja lida à luz desses fatos. Aplicação Onde está a voz de Deus hoje? Quem á o verdadeiro porta-voz de Deus? Como Deus fala ao homem de hoje? Quem é voz de Deus pra você hoje?

III-SETE FATOS ACERCA DO FILHO

(Hb 1.2-3) Os fatos a seguir mostram a superioridade inquestionável e insuperável de Jesus Cristo, e explicam por que a revelação através Dele é a maior que Deus já fez à humanidade.

A Carta aos Hebreus foi escrita

16:26 0 Comments

Por que a carta aos Hebreus foi escrita?

Essa maravilhosa carta foi escrita para um grupo de crentes,
 no fim do primeiro século, que estava quase desistindo da fé, pois havia uma perseguição muito forte.
Suas casas foram invadidas, foram desprezados publicamente, torturados e jogados na prisão por causa da fé professada.
Muitos desses crentes judaicos aceitaram as dificuldades com alegria, mas outros voltaram atrás e apostataram da fé (rejeitaram a salvação em Cristo). a. A carta é um apelo a todos os crentes para que se mantenham firmes na verdade, fiéis a Cristo, e cresçam para a maturidade cristã (Hb 2.1; 3.6; 6.1,13-20).

Como podem ser encorajadas pessoas que estão passando por tantas dificuldades? b. A carta exorta à perseverança, dando exemplos bíblicos: Abraão esperou com paciência (Hb 6.15) eporisso obteve a promessa; Moisés permaneceu firme (Hb 11.27), contemplando Aquele que é invisível; Jesus perseverou, 7 suportando a cruz (Hb 12.2). Vários professos voltaram ao judaísmo, abandonando a sua fé, porque tinham conhecimento inadequado da Pessoa de Cristo. C. A carta enfatiza a superioridade de Cristo, apresentando-O como Profeta (Hb 1.1-2), Sacerdote (Hb 1.3) e Rei (Hb 1.8-14). 2
.
Quem é o autor de Hebreus? O autor é desconhecido. Orígenes (185-245 d.C.), erudito teólogo cristão, gostava de afirmar: “Só Deus sabe quem realmente escreveu a epístola aos Hebreus”. Tem havido várias propostas: Paulo, Barnabé, Apoio, Priscila, Lucas e outros. Não há necessidade de especula­ ção. Nenhum livro é mais verdadeiro ou inspirado pelo fato do autor ser conhecido. O melhor a fazer é aceitar que não podem os ter certeza, nem precisamos conhecer a autoria para aceitar a autoridade e receber todos os ensinamentos inspirados por Deus. 3. Quem eram os leitores da carta aos Hebreus? O título original grego pros hebraious (aos hebreus) indica que a carta foi escrita a crentes judaicos com conhecimento profundo das Escrituras do AT. Em relação à cidade onde viviam,
há dúvida. Algumas sugestões são: Jerusalém, Alexandria ou Roma. 4. Quando a carta foi escrita? N ão podem os ser dogm áticos. É possível que Hebreus 10.32-34 seja uma referência à perseguição de Nero (64 d.C.).

Provavelmente escrita antes de 70 d.C., “porque o escritor usa verbos no presente em Hebreus 10.11 para descrever o ministério dos sacerdotes no templo de Jerusalém. Isso é um indicador de que os sacrifícios ainda estavam sendo oferecidos nos dias do escritor.


A melhor opção é a última metade da década de 60 (65-70), antes da destruição do templo pelos romanos” (.Manual Bíblico Vida Nova, p.797). 5. Qual é a mensagem da carta aos Hebreus? A superioridade de Jesu s Cristo é o grande tema dessa epístola. Uma maneira interessante de ler e estudar a epístola é destacar todo versículo em que aparecem as palavras: maior, melhor ou superior. O esboço a seguir é sugerido pelo Manual Bíblico Unger (Vida Nova, p.607). A su p e rio rid a d e de Jesus aos profetas e anjos A su perio ridad e de Jesus com relação a M oisés e Josué A superioridade de Jesus com o Sacerdote A superioridade da fé cristã

Ele Voltará, A Volta de Jesus -

16:20 0 Comments

ELE VOLTARÁ!


TEMA: Volta de Jesus
PROPÓSITO: Levar a igreja a se preparar para a volta de Jesus.
TEXTO: “ Eis que venho sem demora, guarda o que tens, para que ninguém tome tua coroa ”                           ARC ( Ap. 3: 11 ).
TESE: Jesus voltará e levará os que estão preparados.



INTRODUÇÃO

A volta de Jesus é um fato bem presente em nossos dias, pois voltará segundo sua promessa, sua palavra, seu plano de instituir um novo céu uma nova terra.
Apesar da aparente demora, sua volta, seu retorno é breve devemos vigiar constantemente para não cairmos em tentação, em pecado ou seja nas ciladas do inimigo de nossas almas.

I – JESUS VEM SEM DEMORA.                                                                                                                   A) Devemos nos preparar para se encontrar com o senhor.                                                                        1.Como igreja reafirmando nossa fé.                                                                                                                  2.Como família pregando a palavra de Deus.

B) Um retorno iminente.                                                                                                                                       1.Não há tempo a perder com o mundo.                                                                                                  2.Reconsagrar-se à Deus.

II – GUARDIÕES DA FÉ.                                                                                                                                    A) A igreja deve prover uma proteção.                                                                                                                   1.Os cultos devem demonstrar nosso fervor e animo para caminhada.                                                    2.Compromissados com a missão em pregar o evangelho.

B) A família deve prover proteção.                                                                  1.Os cultos diários com a família reunida.                                                           2.O trabalho.

          
Um homem rico que suas propriedades, contrata um vigilante para guardar seus bens, para que o ladrão não roube. No entanto se ele soubesse o dia que o ladrão aparecesse ele agiria em conformidade com a situação. Portanto o homem rico contrata para diariamente suas propriedades estejam protegidas. Assim deve ser nossa vida uma constante vigilância .

III – LADRÕES DA FÉ.                                                                                                                                         A) O mundo quer noa assaltar.                                                                                                                                 1.Com suas concupiscência da vida.                                                                                                     2.Concupiscência dos olhos.

B) Satanás quer noa assaltar.                                                                                                                                                       1.Nos dando o sentimento de culpa diante de Deus.                                                                                            2.Mentindo, enganando usando de maldade para os seres humanos.

CONCLUSÃO

Jesus voltará brevemente devemos estar preparados, com uma vida de comunhão, lendo a Bíblia e orando sem cessar, uma vida consagrada á Deus.


APELO

 Quantos gostariam de pedir perdão se em algum tempo julgou alguém sem conhecer bem os fatos, pedir perdão à Deus pôr alguma injustiça praticada a alguém, levante suas mãos dizendo perdão senhor pêlos meus julgamentos.

A supremacia de Cristo

15:46 0 Comments


A supremacia de Cristo


Colossos ficava a sudoeste da Frígia, na Ásia Menor, às margens do rio Lico. A cidade foi importante no século V a.C.. Depois foi perdendo sua importância diante do crescimento de Laodicéia, a 18 km, e Hierápolis (Col.4.13). O livro de Apocalipse confirma que Laodicéia era uma cidade rica (Ap.3.18).
Colossos perdeu sua importância devido à mudança no sistema de estradas. Isso passou a beneficiar Laodicéia.
A cidade dos colossenses foi destruída no século 12 d.C.. Escavações arqueológicas realizadas em 1835 descobriram um teatro e um cemitério da cidade.


FUNDAÇÃO DA IGREJA

A igreja em Colossos deve ter sido fundada por Epafras. Isso não está claro no Novo Testamento, mas parece ser uma dedução coerente com as palavras de Paulo (Col. 1.7,8). É provável que Paulo nunca tenha estado em Colossos. Isso é deduzido de Col. 2.1. Apesar de tantas questões incertas sobre a fundação da igreja, o que sabemos com certeza é que a mesma estava sob a liderança de Epafras, como também ocorria com as igrejas de Laodicéia e Hierápolis (Col. 4.12-13). O texto de Colossenses 4 e também o de Filemom 23 nos dão a entender que Epafras estava preso juntamente com Paulo, quando este escreve as chamadas "epístolas da prisão": Efésios, Filipenses, Colossenses e Filemom. Essa circunstância comum às quatro cartas faz com que haja algumas semelhanças entre elas, principalmente entre Efésios e Colossenses (Exemplo: Ef.6.21-22 e Col. 4.7,9 e Fm.10,23,24.)

ESBOÇO

I - Introdução - 1.1-8
II - Oração pelos colossenses - 1.9-12. (por riquezas espirituais)

III - A excelência da pessoa e da obra de Cristo. - 1.13-23
IV - Trabalhos, sofrimentos e cuidado de Paulo pelos colossenses - 1.24 a 2.7.
V - Exortação contra filosofias e heresias - 2.8-23.
VI - Exortação à santidade e ao amor fraternal - 3.1-17.
VII - Exortação quanto aos deveres domésticos,
à oração, e às relações sociais - 3.18 a 4.6
VIII - Conclusão e saudações - 4.7-18.

COMENTÁRIO
DIVISÃO DO LIVRO

Como já é comum no estilo paulino, a epístola apresenta duas partes: doutrina (cap. 1 e 2) e aplicação prática (3 e 4). Paulo mostra de modo bastante consciente o valor do conhecimento e da experiência. Precisamos também valorizar as duas coisas, as quais precisam andar juntas (Os.4.6; Tg.1.22). O conhecimento isolado é inútil. Na oportunidade em que puder ser aplicado, então torna-se proveitoso. Se conhecermos a doutrina mas não a colocarmos em prática, a mesma será inútil. Por outro lado, a busca da experiência por parte de quem despreza o conhecimento, torna-se uma aventura perigosa. Quem busca apenas experiências espirituais e não quer aprender nada sobre Deus e sobre a bíblia, poderá, eventualmente, ter uma experiência com o inimigo e ser enganado. 


Observe em Colossenses 2.18, que as visões podem estar ligadas ao engano. Sabemos que Deus também dá visões (Joel 2.28), mas estas estarão sempre coerentes com a bíblia. Portanto, o conhecimento será o filtro para a experiência. O conhecimento é a base para o discernimento. Em Mateus 4, Jesus, ao ser tentado, combateu o inimigo através da Palavra de Deus, à qual Cristo conhecia de cor, sabendo também o seu real significado.
Na parte prática, Paulo dá instruções para os pais, esposas, maridos, filhos, servos e senhores. Orienta também em relação à oração, à pureza e liberdade cristã.

O PROBLEMA DOS COLOSSENSES
JUDAÍSMO E GNOSTICISMO

Epafras levou ao conhecimento de Paulo a situação dos Colossenses. O "relatório" apresentava dois aspectos importantes. Em primeiro lugar, foi dado testemunho a respeito da fé, do amor e do crescimento daquela igreja (1.4-8; 2.5). A outra informação dava conta de que alguns líderes estavam se infiltrando na comunidade e levando influências judaicas e filosóficas (2.8). Esses elementos estavam se misturando e produzindo heresias. A parte filosófica em questão era a doutrina dos gnósticos. Juntando tudo isso, os irmãos estavam sendo pressionados em relação aos seguintes pontos:
  • Valorização dos mistérios do gnosticismo.
  • Adoração a anjos, aos quais os gnósticos atribuíam a obra da criação.
  • Ascetismo exterior: abstinência de comidas e bebidas (influência gnóstica e judaica).
  • Observância da lei mosaica (influência judaica).
- Prática da circuncisão.
- Comemoração das festas judaicas.
- Guarda do sábado.
Os gnósticos acreditavam que o mal estava ligado à matéria. Este conceito produzia outros bastantes perigosos. Criam que, sendo a matéria má, então não foi Deus quem a criou, mas sim os anjos. Se a matéria é má, então a encarnação divina não poderia ser considerada um fato nem uma possibilidade. Assim, estava criado um sistema doutrinário que negava a divindade de Cristo e a obra da cruz.

Apesar de não ser diretamente responsável pela igreja em Colossos, Paulo reage energicamente contra aquelas heresias que ameaçavam a sã doutrina. Em seu combate, Paulo destaca a supremacia de Cristo. A sua divindade e a sua obra na cruz eram elementos plenamente suficientes para a refutação de todos aqueles ensinamentos judaicos e filosóficos (2.8-10). Se forma incisiva, Paulo derruba todos aqueles sofismas. Ele destaca que o mistério que nos interessa é Cristo, o qual já foi revelado a nós. Então, de nada importam os mistérios gnósticos (Col. 1.26-27; 2.2-3; 4.3). Se conhecemos a Cristo, não precisamos inquirir sobre nenhum outro mistério religioso ou filosófico. O nome gnosticismo vem do termo "gnose", que significa conhecimento. Paulo usa a mesma palavra para mostrar que o conhecimento de Deus através de Cristo é suficiente para suprir as necessidades espirituais do homem (Col. 1.9-10,27-28; 2.2-3; 3.16)
O gnosticismo atribuía a criação aos anjos, colocando-os como objeto de culto (2.18). A isso, Paulo combate ao dizer que Cristo, sendo Deus, é o criador de todas as coisas, inclusive dos anjos (1.13-17). Acrescenta ainda, que o Senhor Jesus está acima de todos os poderes angelicais, sejam eles principados ou potestades, os quais estão sujeitos ao senhorio de Cristo (2.10,15). Adorando anjos, os gnósticos estavam, de fato, adorando demônios, pois os anjos de Deus não recebem culto. Paulo associa os "anjos dos gnósticos" aos demônios quando diz que Cristo despojou os principados e potestades, expondo-os ao desprezo.


Com relação às questões judaicas, Paulo insiste naqueles pontos já presentes nas outras epístolas. Cristo já nos resgatou do domínio das exigências cerimoniais da lei. Ele a cravou na cruz (2.14). O significado de Cristo em nós (1.27) supre totalmente o que poderíamos buscar através da circuncisão (2.11; 3.11), ou das festas, ou dos sábados (2.16-17). Já temos Cristo. Então não precisamos mais desses elementos judaicos, os quais possuíram o seu valor numa época em que Cristo não tinha vindo ao mundo. Paulo diz que aqueles elementos do judaísmo eram "sombra". Cristo é a realidade. Não precisamos mais da sombra. O autor da carta aos Hebreus usa a mesma linguagem para comparar a lei e o judaísmo com a realidade cristã (Hb.8.5; 10.1).

Os judaizantes e os gnósticos traziam um fardo de mandamentos exteriores para os gentios convertidos ao cristianismo. Contudo, suas leis atingiam apenas questões superficiais e até supérfluas. Afirmando que a matéria é má, os gnósticos impunham severas regras de alimentação e disciplina. Contudo, nada disso seria útil ao espírito. Tal rigor poderia até ter utilidade para o corpo, mas era inútil para a alma e não poderia ser colocado como questão espiritual, religiosa, ou relacionada à salvação eterna. No capítulo 3, Paulo fala do que realmente afeta a alma humana: o pecado. De que adiantariam tantas ordenanças e rituais se o pecado continuasse ocorrendo livremente. Então, o apóstolo toca no que realmente era importante para os colossenses e continua importante para nós. Ao invés de ficar preocupados com questões de alimentação, eles deviam se preocupar em combater a prostituição, a avareza, a impureza, etc, pois estes elementos atrairíam a ira de Deus sobre os homens (Col. 3.5-6). Falando assim, Paulo mostra que, enquanto os gnósticos associavam o mal à matéria, o mal está é no pecado, na natureza pecaminosa do homem, e não na matéria em si.