sexta-feira, 8 de setembro de 2017

Tendo tratado com a imoralidade não julgada no meio deles

Tendo tratado com a imoralidade não julgada no meio deles1 CORÍNTIOS 6.


(Verso 1). Tendo tratado com a imoralidade não julgada no meio deles, o apóstolo
agora expõe a inconsistência de cristãos que recorrem à justiça diante de tribunais
mundanos para acertar disputas entre irmãos em coisas que pertencem a esta vida.
Em
linguagem clara ele reprova qualquer irmão, que tem uma questão contra outro irmão,
que ousa buscar um acordo legal através dos “injustos”, em vez de apelar aos santos. Ao
falar do tribunal do mundo como o dos “injustos”, ele está vendo os homens deste
mundo em relação a Deus.

(Verso 2). Para mostrar a inconsistência deste procedimento, o apóstolo pede a
eles que examinem as suas ações à luz do mundo por vir. Eles sabem que naquele dia os
santos se associarão a Cristo quando Ele governar sobre o mundo e os anjos.

Quão inconsistente é, então, buscar o juízo daqueles que iremos julgar.
(Versos 3, 4). Além disso, ele mostra a futilidade de apelar para o mundo, visto
que se os santos irão julgar o mundo e os anjos, devem ser seguramente capazes de
adjudicar em assuntos comparativamente pequenos da vida diária. Sendo assim, se as
questões que pertencem a esta vida surgirem entre irmãos, os menos estimados na igreja
são capazes de ajustá-las, quando elas não pedem nenhuma grande espiritualidade ou
dom, mas antes o senso comum e a honestidade.

(Versos 5, 6). Se o apóstolo tem que falar assim, é realmente para a vergonha
deles, pois por recorrem à justiça diante do mundo parecem comprovar que, apesar de
todo o conhecimento e dons dos quais se orgulham, não há entre eles um homem sábio
capaz de acertar estas pequenas questões, e por isso o irmão vai à justiça contra outro
irmão, e isso diante de incrédulos. É evidente que o apóstolo está falando de questões
que não precisam ser trazidas diante da igreja, já que elas podem ser acertadas por “um
homem sábio”.

(Versos 7, 8). Tendo condenado este procedimento mundano, o apóstolo agora
trata com o baixo estado moral que levou a tais práticas. Quão freqüentemente por trás
de práticas incorretas existe um espírito incorreto e a ignorância de princípios divinos.
Eles não estavam evidentemente preparados para assumirem o dano, ou sofrerem o
dano, por causa de Cristo. Pelo contrário, ao irem à justiça um contra o outro fizeram o
dano e como resultado defraudaram um ao outro. Onde, então, estavam a paciência e o
sofrimento por fazerem o bem? Como alguém disse: “Eles não ficaram atrás em
nenhum dom, e não avançaram em nenhuma graça”, e novamente, “Se eu puder manter
o caráter de Cristo, prefiro antes fazer isso que preservar minha capa” (J.N. Darby).
Podemos mostrar muito temperamento e sentimento forte quando supomos que alguém
está nos passando pra trás, e assim comprovar que estamos mais prontos para perder o
caráter de Cristo do que perder o nosso dinheiro.


(Versos 9-11). O apóstolo prossegue para falar dos erros que provocaram os
acordos legais. Ele dá uma descrição solene do mal em sua corrupção, mais
propriamente do que em sua violência, o qual era excessivo em Corinto, mas que não
tem lugar algum no reino de Deus. Tendo dado esta lista terrível das corrupções da
carne, ele diz: “É o que alguns têm sido”. A maravilhosa graça que pode nos tirar do
lugar mais baixo da degradação em terras distantes e nos associar a Cristo no lugar mais
alto da glória na casa do Pai! Tendo vivido em tais condições, estes santos estavam
especialmente em perigo de escorregarem para os velhos hábitos a menos que se
mantivessem apegados a Cristo.
Por mais triste que fosse a maldade que tinha que ser tratada, o apóstolo ainda
pode dizer: “Mas haveis sido lavados, mas haveis sido santificados, mas haveis sido
justificados”. Ao dizer que eles são lavados, é evidente que o apóstolo não está se
referindo à necessidade constante da aplicação da palavra para remover todas as
poluições diárias que nos impedem de tocar a Cristo, e que é mostrada em figura pela
lavagem dos pés. Ele se refere antes à obra do Espírito no novo nascimento, que é feita
uma vez por todas, e pela qual é comunicada uma nova natureza que evita a sujeira da
carne.

A santificação nos leva além, pois, se pela lavagem fomos colocados à parte da
sujeira da carne, pela santificação somos colocados à parte para Deus. Outras Escrituras,
tais como João 17:19 e 1 Tessalonicenses 5:23, falam da santificação progressiva pela
qual o crente se torna cada vez mais devoto aos interesses de Deus. Aqui, contudo, é a
absoluta colocação à parte do crente, de quem lemos em Hebreus 10:10: “Na qual
vontade temos sido santificados pela oblação do corpo de Jesus Cristo, feita uma vez”.
A pedra, quando uma vez cortar da pedreira, é colocada à parte dela para sempre,
embora posteriormente possa ser trabalhada e esculpida para torná-la mais ajustada ao
propósito do projetista. Pela justificação a alma foi limpa de toda a carga perante Deus
através da obra de Cristo. Pelo Espírito Santo essas grandes verdades são bem
elaboradas em nossa alma.

(Versos 12-20). Como temos uma nova natureza, fomos colocados à parte para
Deus, e justificados da culpa dos nossos pecados, o apóstolo, nos versos restantes do
capítulo, nos lembra que o nosso corpo é para o Senhor. Por um lado, portanto, vamos
tomar cuidado de usá-lo para a satisfação da carne; por outro, vamos usá-lo para a glória
de Deus (verso 20).

“Todas as coisas” (e aqui ele fala de coisas certas – a comida e as relações
naturais) são lícitas para o cristão, mas ainda assim temos que ter cuidado, pois, embora
tudo possa ser lícito, de modo algum quer dizer que todas as coisas são convenientes.
Há o perigo de que ao usarmos as coisas certas podemos nos colocar sob o poder delas.
O apóstolo se refere especialmente aos alimentos. Como os alimentos são necessários
para o corpo e são naturalmente convenientes um ao outro, estamos na liberdade de usar
os alimentos. É possível, contudo, usar os alimentos e o corpo para a auto-indulgência e
se tornar um glutão.

O apóstolo então passa a falar daquilo que não é lícito para o corpo – o pecado de
fato. Aqui somos lembrados de que o corpo é para o Senhor, e o Senhor para o corpo.
Ele nos lembra, também, que este corpo é destinado à elevada honra, pois já que Deus
ressuscitou o Senhor, assim Ele também ressuscitará este corpo pelo Seu próprio poder.
Além disso, os nossos corpos são os membros de Cristo, e aquele que se junta ao
Senhor é um Espírito.


O apóstolo aprendeu algo sobre esta grande verdade em sua conversão, pois o Senhor lhe disse: “Por que Me persegues?”. Tocar os corpos dos santos era tocar Cristo. Quão solene é todo pecado, mas como especialmente solene é pecar contra o corpo que é habitado pelo Espírito Santo e pertence a Deus, e que é nosso privilégio e responsabilidade usá-lo para a glória de Deus. Para imprimir sobre nós a profunda importância da santidade, o apóstolo nos lembra no decorrer do capítulo que
fomos lavados, santificados e justificados, e, além disso, que o nosso corpo é para o
Senhor, unido ao Senhor, habitado pelo Espírito Santo, pertence a Deus, e deve ser
usado para a glória de Deus; e, também, o Senhor é para o corpo, e Deus o ressuscitará
pelo Seu poder.

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