quinta-feira, 7 de setembro de 2017

O Apóstolo mostrou que Cristo Crucificado


O Apóstolo Mostrou que Cristo Crucificado


1 CORÍNTIOS 2

No primeiro capítulo o apóstolo mostrou que Cristo crucificado, a pregação da
Cruz, e a chamada de Deus, deixaram inteiramente de lado a carne, não deixando
nenhuma oportunidade para o homem se gloriar. Neste capítulo o apóstolo aplica o
ensino de 1 Coríntios 1 a si mesmo e a sua maneira de apresentar o testemunho de Deus.
Em concordância com o seu próprio ensino ele refugou a carne nele mesmo para ser
verdadeiro à Cruz, e para que não pudesse haver nenhum impedimento para a obra do
Espírito. Nos cinco primeiros versos o apóstolo nos diz como pregou o Evangelho aos
pecadores. A última parte do capítulo nos diz como ele ministrou as coisas profundas de
Deus aos santos. Em ambos os casos foi no poder do Espírito. Isso leva o apóstolo a
apresentar o Espírito Santo que, em Sua obra graciosa, deixa inteiramente de lado a
carne e nos instrui na mente de Cristo.


(Versos 1, 2). Quando Paulo veio a Corinto ele não fez nenhuma apelação ao
homem natural tentando usar a excelência da pregação ou pela exposição de sabedoria
humana. Ele veio para anunciar o testemunho de Deus acerca de Jesus Cristo e este
crucificado. O grande objeto da sua pregação foi a Pessoa – Jesus Cristo – mas aquela
Pessoa em uma Cruz, a posição mais baixa e mais degradante na qual um homem pode
ser encontrado. Paulo diz a esses Coríntios intelectuais que, para que os pecadores
fossem salvos, Cristo devia ir para a Cruz. Para dar aos crentes o Seu lugar diante de
Deus, Ele teve que tomar o lugar deles diante de Deus.

A Cruz estabelece o nosso verdadeiro lugar diante de Deus como pecadores. Não há nada dignificante, ou heróico, ou nobre a respeito de uma cruz. Ela é um lugar de vergonha e reprovação,
de juízo e de morte. Dizer a um homem que este é o seu verdadeiro lugar diante de Deus torna em
nada toda a sua sabedoria, grandeza e excelência. Por mais sábio, por mais rico, por
mais nobre de família que um homem possa ser, a Cruz diz a ele que, apesar de tudo o
que ele possa ser diante dos membros da raça humana, à vista de Deus ele é um pecador
culpado sob a sentença de morte e de juízo. A pregação da Cruz por isso torna em nada
o orgulho de todo homem. (Verso 3). Além disso, o próprio pregador esteve entre eles em uma condição que era humilhante para o orgulho do homem. Ele não veio como um orador seguro em si.
Consciente da sua própria fraqueza, compreendendo a necessidade profunda daqueles a
quem pregou, e a gravidade da sua mensagem, esteve entre eles em temor e muito
tremor.

(Versos 4, 5). Ademais disso, no significado da sua pregação recusou todo método
carnal para deixar espaço para Deus operar. Ele não procurou ganhar os seus ouvintes
pela exposição da sua própria sabedoria ou habilidade natural. Ele não expos o
testemunho de Deus em linguagem eloqüente, a qual poderia ter apelado aos seus
ouvidos refinados e tê-los atraído para ele mesmo.
No objeto pregado, na condição do pregador, e no significado da pregação, não
houve nenhuma concessão para a carne do apóstolo, e nenhuma apelação à carne em
seus ouvintes.

Essa completa recusa em usar meios carnais, ou apelar para a carne, deixou
espaço para o Espírito operar em força poderosa. Se sob tal pregação houver fé – se
alguém crer naquilo que é tão humilhante para o homem, que acaba com o homem no
juízo – então obviamente não é a sabedoria do homem que os leva a crer, mas o poder
do Espírito de Deus que opera neles. Em tal pregação o Espírito é capaz de demonstrar

aos pecadores a necessidade profunda deles, e operar com desimpedido poder, os
conduzindo à fé que não descansa na sabedoria de homens, mas no poder de Deus. Não
é apenas uma questão da verdade na qual eles crêem, mas no caminho pelo qual a
receberam. Ela foi recebida não de um homem, embora aquele homem fosse um
apóstolo, mas de Deus.

(Verso 6). A partir deste verso o apóstolo começa a falar da atitude que tomou em
relação àqueles que eram o objetivo do poder de Deus, e por isso tinham aceitado o
Evangelho. Ele fala deles como os “perfeitos”. Por esse termo ele não quer dizer aquilo
que alguns chamam de “perfeição sem pecado”, ou que eles já fossem conformados à
imagem de Cristo; isto só será na glória. O termo “perfeito” implica que o tal tinha
aceitado a nova posição perante Deus que pertence ao crente em Cristo, e por isso era
um cristão maduro. O termo não indica simplesmente um crente em contraste com um
pecador; é usado mais para descrever um crente maduro em contraste com alguns
crentes aos quais o apóstolo chama de “meninos” (1 Co 3:1).
(Verso 7). Dentre os quais Paulo de fato falou a sabedoria. O apóstolo então passa
a nos dar alguma instrução muito definida quanto a esta sabedoria, para que possamos
não confundi-la com a sabedoria do homem.

Primeiro: ele nos diz que não é a sabedoria desta era, nem mesmo a sabedoria de
uns poucos gigantes intelectuais que moldam os pensamentos do mundo. Estes
príncipes intelectuais, apesar de toda a sua sabedoria, “se aniquilam”, em contraste com
o crente que chega à “glória” (Verso 7), na companhia do “Senhor da glória” (Verso 8).
Aqueles que brilham na glória deste mundo chegam a nada, enquanto aqueles que são
nada neste mundo chegam à glória.
Segundo: esta sabedoria é “a sabedoria de Deus”. Se fosse a sabedoria do homem,
ela poderia ser adquirida nas escolas dos homens. Sendo a sabedoria de Deus está fora
do programa das escolas, e distante do alcance da mente humana.
Terceiro: ela é a sabedoria de Deus “oculta em mistério”, palavras que de modo
nenhum implica em que seja obscura ou misteriosa, mas que é uma sabedoria que não
pode ser descoberta pela capacidade intelectual do homem. Além disso, por todas as
eras tem estado “oculta”, e por isso não deve ser encontrada nas Escrituras do Velho
Testamento.

Quarto: esta sabedoria, que por todas as eras estava oculta, foi predeterminada
antes das eras para a nossa glória nas eras ainda por virem. Essa sabedoria incluiu o
conselho secreto de Deus, ordenado antes dos séculos, para a glória do Seu povo.
Poderíamos ter pensado que o apóstolo teria dito para a glória de Deus e de Cristo.
Sabemos de fato que será para a glória de Cristo. Aqui, contudo, o apóstolo está urgindo
sobre nós o fato de que, se o nosso chamamento torna manifesto que os crentes são os
mais fracos e desprezíveis do mundo, todavia são predestinados para a glória. Podemos
não ser sábios, ou poderosos, ou nobres neste mundo, mas somos chamados para a
glória.


(Verso 8). Quinto: desta sabedoria, ordenada antes dos séculos, e desta glória, à
qual somos predestinados para as eras ainda por virem, os príncipes deste mundo não
souberam. Eles provaram a sua ignorância crucificando o Senhor da glória. Eles
rejeitaram completamente Aquele que é a sabedoria de Deus, e por Quem todos os
conselhos de Deus se originaram. Esta sabedoria de Deus em um mistério diz aos
crentes que eles são predestinados à glória, e Aquele que foi crucificado é “o Senhor da
glória”. Essa glória excede a glória de Cristo como o Messias, com relação a Israel, que
reina sobre a terra. O reino terrestre não é nenhum mistério. Os profetas estão cheios de
previsões gloriosas acerca das glórias do reino. “O Senhor da glória” fala de uma cena

mais ampla do que esta terra; fala de um domínio universal que abrange todas as coisas
e seres criados, sobre os quais Aquele que foi crucificado é feito o Senhor.
(Verso 9). Sexto: esta cena de glória, para a qual a sabedoria do Deus destinou o
Seu povo, está fora dos limites do homem natural. Por isso o apóstolo cita o profeta
Isaías para mostrar que Deus tem segredos, nos quais o homem como tal não pode
entrar. O seu olho, ajudado por instrumentos maravilhosos, pode olhar para longe as
profundidades do espaço e para as maravilhas miúdas da natureza; o seu ouvido pode
ser treinado para ouvir e apreciar maravilhosas combinações de sons melodiosos; a sua
mente é capaz de concepções e emoções maravilhosas, mas há coisas que Deus
preparou para aqueles que O amam as quais o homem natural não viu nem ouviu e que
estão além do limite dos mais altos vôos da sua imaginação.

(Verso 10). Sétimo: o fato de que a sabedoria de Deus está fora da compreensão
do homem natural não implica que as coisas da sabedoria não podem ser vistas, não
podem ser ouvidas, e não podem ser conhecidas, pois ao mesmo tempo o apóstolo diz:
“Deus no-las revelou”. As coisas que Deus preparou Deus as revelou. Se, contudo,
Deus revelou essas coisas, é “pelo Seu Espírito”.

 Apenas o Espírito é competente para revelar essas coisas, já que nada está além do limite do conhecimento divino e do poder do Espírito. Ele penetra todas as coisas, sim as coisas profundas de Deus. Podemos procurar nos desculpar da nossa falta de energia espiritual dizendo que essas coisas são muito profundas para nós; mas vamos nos lembrar de que elas não são muito profundas
para o Espírito, pois Ele “penetra todas as coisas, ainda as profundezas de Deus”.
(Verso 11). O que está na mente de homem não é conhecido por ninguém além do
próprio espírito do homem que tem os pensamentos. Ninguém conhece o pensamento
não comunicado da minha mente exceto o meu próprio espírito; portanto ninguém
conhece os pensamentos e os conselhos não comunicados de Deus salvo o Espírito de
Deus.

(Verso 12). O apóstolo e outros vasos de revelação receberam o Espírito que é de
Deus para que pudessem conhecer as coisas que nos são dadas gratuitamente por Deus.
“Esse é o conhecimento das próprias coisas nos vasos de revelação”. No sentido
primário a verdade desses versos, 10 a 12, está limitada aos apóstolos; é a revelação que
é o objeto.
(Verso 13). Além disso, as coisas que foram tornadas conhecidas aos apóstolos
pela revelação do Espírito nos foram transmitidas pela inspiração do Espírito. Na
comunicação dessas coisas o apóstolo tem o cuidado excluir qualquer erro possível do
homem dizendo que essas coisas não são comunicadas “com palavras de sabedoria
humana, mas com as que o Espírito Santo ensina”. Essa é a reivindicação apostólica da
inspiração verbal. As próprias palavras usadas são inspiradas pelo Espírito Santo. As
coisas espirituais são comunicadas por meios espirituais. Os instrumentos não foram
feitos infalíveis, mas foram perfeitamente guiados em suas comunicações. Isso é
inspiração.
(Versos 14, 15). Assim aprendemos que a sabedoria de Deus é tornada conhecida
pela revelação e comunicada a outros pela inspiração. Agora aprendemos que a
recepção da verdade também é pelo Espírito de Deus. O homem natural não pode
receber as coisas de Deus; elas são loucura para ele; elas só podem ser discernidas
espiritualmente. Mas aquele que é espiritual discerne todas as coisas. Fazemos bem em
nos lembrar de que é o “espiritual”, não simplesmente aquele que tem o Espírito, que
discerne todas as coisas. Um homem, de fato, deve ter o Espírito para ser espiritual; mas
ser espiritual implica em uma condição na qual um homem está sob o controle do
Espírito. O tal discerne todas as coisas, ainda ele mesmo não é discernido de ninguém.

O homem espiritual pode discernir os motivos que governam o mundo, embora o
mundo não possa discernir os motivos e princípios que governam o homem espiritual.
No verso 14 o apóstolo fala do homem natural, no verso 15 do homem espiritual,
e em 1 Coríntios 3 do homem carnal. O homem natural é o homem não convertido, sem
o Espírito; o homem carnal é o crente, que tem o Espírito, mas anda como o homem
natural; o homem espiritual é o crente que anda no Espírito.
(Verso 16). No verso 15 o apóstolo nos diz que “o espiritual discerne bem tudo”.
Não é de fato que o tal naturalmente conhece a mente do Senhor, ou pode instruí-Lo;
mas o Senhor deu aos crentes o Seu Espírito e os instrui; os tais, por isso, podem dizer:
“Nós temos a mente de Cristo”.
Se o primeiro capítulo exclui a carne em seu orgulho pelo nascimento, pelo poder
e pela posição, para que aquele que se gloria se glorie se no Senhor, este capítulo exclui
a mente do homem, para que os crentes possam ser inseridos no privilégio de ter “a
mente de Cristo” pelo Espírito.

O Espírito é o grande tema do capítulo. Se Paulo trouxe o testemunho de Deus a
pecadores, este é “em demonstração de Espírito e de poder” (Verso 4). Se Deus
preparou grandes bênçãos para aqueles que O amam, estas são reveladas aos apóstolos
pelo Espírito (Verso 10). As coisas que são reveladas pelo Espírito são completamente
conhecidas do Espírito (Versos 10 e 11). As coisas reveladas e conhecidas aos apóstolos
são, por eles, comunicadas a outros pelo Espírito (Verso 13). As coisas comunicadas
pelos apóstolos são recebidas pelo Espírito (Verso 14), o resultado é que os crentes são,
pelo Espírito, instruídos na mente de Cristo (Verso 16).

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Atenção:

Faça seu comentário dentro do assunto tratado acima;
Não divulgue endereço(s) de Sites ou Blogs;
Comentário que conterem divulgação serão moderados, somente serão aceitos links caso necessite de informar alguma fonte;
Proibido Spans;
Não faça Comentários Ofensivos, Ameaças, ou Termos preconceituosos.

OPINE, DÊ SUA SUGESTÃO, CONTATO, DÚVIDAS ETC. OBRIGADO DESDE JÁ !!!